“O ator permanente vive no palco e as cortinas nunca se fecham. ‘Ouvindo você me vem a imagem de um ator de palco, com os holofotes dirigidos para ele, onde qualquer erro, qualquer imperfeição será notada. Todas as atenções se dirigem para ele. Isto geraria muito estresse para qualquer um. Como seria ser um ator permanente, onde as cortinas nunca se fecham e não há um único momento para tirar a maquiagem, se estatelar em um sofá e relaxar? Fica a sensação de uma confusão entre o ator e a plateia observadora, onde a pessoa em vez de viver, se observa e julga constantemente seu próprio desempenho tornando-se um expectador crítico da própria vida. Isso faz algum sentido para você?’”
(Mazer, Thelma Z., págs. 125 – 126)
Li em algum lugar que fazer terapia pode ser uma ideia ao mesmo tempo atraente e ameaçadora.
A resistência, o preconceito para iniciar um processo terapêutico já é menos comum hoje, e isso tem efeito positivo também na modalidade de terapia de casal. Claro que existem algumas crenças distorcidas em relação a isso. No entanto, a percepção de que mais pessoas buscam na Psicologia uma ferramenta para melhorarem a si mesmas e já compreendem que a saúde mental e emocional são importantes como a saúde física - que qualidade de vida pressupõe um cuidado holístico consigo - nos dá a esperança de cada vez mais termos a oportunidade de tecer convivência com indivíduos mais conscientes, mais capazes de tomarem melhores decisões e construírem ambientes verdadeiramente harmoniosos internamente e externamente.
Na terapia para casal, ocasionalmente, um dos membros da relação, ou os dois, acreditam que o desafio que vivenciam é apenas uma fase e irá passar. Que irão conseguir dar conta e não precisam de intervenções externas.
É certo que damos mesmo conta de lidar com várias situações sem fazer terapia. Por outro lado, quando o funcionamento do casal está negativo, os conflitos e dificuldades ou a falta de comunicação se tornam frequentes - se percebe que uma luz amarela está sempre acesa - o mais funcional é buscar ajuda terapêutica antes que a relação se torne desarmônica ou até insustentável.
Uma das contribuições da terapia de casal é criar um espaço onde os parceiros vislumbrem oportunidades para olharem de maneira realista para seus problemas e aprendam maneiras de resolvê-los, administrá-los.
Pode até parecer melhor não lidar e evitar a tensão, mas aquele conflito latente ou conhecido vai se intensificando, ampliando as dificuldades em verbalizar os incômodos, aumentando o distanciamento entre o casal, repercutindo na vida familiar e até na profissional/social. Uma escolha talvez sustentada pela ideia de que por trás da aparente dificuldade, o mundo é simples e tudo se resolverá facilmente – bastando que se deixe para lá. Com isso, se espera que os problemas desapareçam como mágica depois de um final de semana agradável, depois de uma noite prazerosa de sexo, com uma gestação, com a chegada do bebê, após uma viagem de férias.
Contrariamente a essa ideia, sabemos que não existem fórmulas mágicas para se resolver problemas reais. Um relacionamento adoecido causa um sofrimento real.
É o esforço conjunto entre casal e terapeuta que facilitará desenvolver possibilidades de trocas afetivas que respeitem as individualidades e abram espaço para que esse casal possa vivenciar de forma saudável a sua experiência conjugal.
Aqui vale deixar claro que não é papel nem escolha da(o) psicóloga(o) fazer com que um casal “fique junto” ou “se separe”, mas sim, que utilize técnicas de intervenção que estimulem a clareza, as mudanças e as tomadas de decisões.
O setting terapêutico passa a ser o território neutro do casal, o lugar para propiciar conversas mais objetivas e claras num formato respeitoso, oferecendo a esse casal a chance de alterar o padrão disfuncional atual e encontrar novas possibilidades para lidar com os desafios que motivou a buscar por auxílio. E caso deseje fazer terapia para casal em Campinas de forma presencial, basta acessar o link para contato nessa página. Se você estiver em outra cidade, pode optar por fazer o atendimento de forma online.
A(O) psicóloga(o), atuando como mediador(a), colabora para o enriquecimento positivo da interação e, com isso, na melhora da forma como estão se relacionando e então, a refletirem e deliberarem sobre os “novos possíveis” despontando no horizonte. E é importante que o casal perceba que a complexidade do convívio a dois passa por etapas que precisam ser compreendidas pelos dois, já que o casamento é uma responsabilidade dos dois, ou não fará sentido iniciar um processo de terapia para casal.
De acordo com Fisher e Rangé (2008): “Pode-se afirmar que os principais objetivos da terapia cognitivo-comportamental, no tratamento de casais em conflito, são a reestruturação de cognições inadequadas, o manejo das emoções, a modificação de padrões de comunicação disfuncionais e o desenvolvimento de estratégias para solução de problemas cotidianos mais eficazes (e.g., Beck, 1995). Outros procedimentos utilizados são as alterações de comportamentos que formam padrões negativamente específicos (Dattilio, 2004)”.
Com isso, a terapia provoca oportunidades para que o casal amadureça, encontre ou crie recursos para dar conta dos desafios que essa “parceria” está apresentando. Também, para que consiga transformar a crise em real possibilidade de mudança tanto individual quanto do relacionamento. Todavia, saliento que não é necessária a ocorrência de uma crise para que os parceiros tomem providências. Uma terapia de casal pode ser iniciada quando percebem que algo pode ser melhorado ou precisa ser cuidado na relação. A intervenção nesse caso favorece a prevenção de possíveis problemas.
Finalizando, é importante colocar que relações disfuncionais concorrem para o desenvolvimento de transtornos como ansiedade e depressão e que adentrar nessa modalidade de terapia poderá significar qualidade de vida individual e relacional.
Cuidar-se é uma decisão que está em suas mãos. E estou aqui para ajudá-los a viver uma vida mais adaptativa e feliz.
Fonte de pesquisa e créditos:
1 http://pepsic.bvsalud.org; Acesso em: janeiro de 2021.2 MAZER, Thelma Zugman, Metáforas na Terapia de Casal: impasses e impactos. Belo Horizonte: Artesã, 2021.
Psicóloga Beatriz de Paula
Pós-graduada em Terapia Cognitivo-Comportamental
Especialista em Sexualidade e Saúde
Terapia presencial para adultos e casais em Campinas
Terapia online para adultos e casais de onde você estiver
CRP: 06/76470
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PS: Um texto pode te inspirar, mas não substitui a consulta com a psicóloga.