Uma conversa franca sobre expectativas e maternidade real
Um dia o relógio biológico te põe contra a parede e você decide engravidar. Ou a gravidez te surpreende no momento mais impróprio da vida. Cedo demais. Tarde demais. Com a pessoa errada. Com o amor da sua vida. Nem sempre temos controle sobre isso.
Planejada ou não, a gravidez e o nascimento de um ou mais filhos é algo extremamente importante na vida de uma mulher e por isso existem inúmeros livros sobre o assunto. Mas na prática, a teoria é que vai ter que se adaptar à dinâmica da vida de cada uma.
Assim como cada mulher é única, cada filho também é e cada conjuntinho de mãe e filho jamais poderá ser replicado.
Então o relacionamento vai ter que ser personalizado. Construído no dia a dia. E aí você me pergunta:
- O que acontece com aquela jovem cheia de sonhos? Para onde vão os outros projetos, que não incluem a maternidade?
Todas concordamos que, na maior parte dos casos, a carreira vai para segundo, terceiro ou último plano. E isso dói.
Os amigos, tempo para si mesma, atenção dos parentes, tudo muda. De um dia para outro a menina que queria mudar o mundo se torna a chata que impõe regras infinitas à criança, que desobedece insistentemente, provocando olhares de reprovação por onde passam.
Ela, que antes recebia elogios, aplausos, diplomas; agora recebe julgamento. Ninguém nunca contou que a maternidade não era igual ao comercial de fraldas. Aliás, ela agora acha que esses comerciais têm sido os responsáveis por grande parte da população estar aqui.
A maternidade é um sonho. E na sociedade de consumo, vira prova de sucesso. Mas o sonho realizado, costuma ser bem diferente do sonhado.
Depois de superarem a gravidez, parto e pós-parto (capítulos à parte), as mulheres voltam à vida “normal”. Algumas se sentem culpadas por não trabalharem e por isso não poderem colocar o filho em uma boa escola. Outras, se sentem culpadas por trabalharem muito e não ficarem com seus filhos. Tem culpa para todas. Para as que deixam com as avós, para as que preferem escolinhas. E quando as crianças ficam doentes ou nos desafiam em público? Tiram notas baixas? Não se encaixam no “padrão”?
E quanto à educação? O que fazer? O mesmo que seus pais fizeram? O oposto? Procurar ajuda de especialistas ou seguir seus instintos?
Certeza e tranquilidade definitivamente não fazem parte do vocabulário das mães reais. Porque maternidade real, geralmente dói. Tem mais a ver com arrancar dentes moles e sentir cheiros terríveis do que com sorrisos e beijos em bebês perfumados.
É claro que existe o lado bom e lúdico, e é isso o que dá forças para continuar. Às vezes, totalmente sozinhas, sem ajuda do pai da criança, nem de seus próprios pais. Dá para imaginar a solidão?
E quem tem filho sabe, que a gente precisa de ajuda e compreensão. Principalmente no trabalho. Mas quantas de nós podemos contar com isso?
Sabe por qual motivo é importante falarmos sobre esse assunto?
Porque só assim poderemos olhar para as outras mães com mais empatia e menos julgamento. E se fizermos isso direitinho, logo também seremos olhadas com acolhimento quando mais precisarmos.
Ser mãe é mesmo maravilhoso e intenso. Uma aventura!
Nada nunca nos prepara para isso e talvez esse seja o motivo de ninguém ter nos contado que a maternidade é assim.
Só se aprende a nadar nadando. Mergulhando, perdendo o fôlego e recuperando. Recupere o seu. E se quiser fazer parte de um grupo de mulheres que se apoiam mutuamente e crescem juntas, entre em contato, clicando aqui.
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Tatiana Penerari
Publicitária e Coach de Comunicação do Total Mulher